17 Mai 2020
Este texto comentará algo pessoal, e mencionará sexualidade. Se você não tem interesse, recomendo pular meus próximos posts. Dito isso:
Recentemente tenho postado sobre ADHD, e desafios em saúde mental. E algo que venho resolvido apenas recentemente é assexualidade.
Infelizmente, sexualidade é um assunto que não é debatido como deveria (em minha opinião). E cresci em uma cultura machista. Não em minha casa/família, mas em minha comunidade. Brasil, até hoje, é muito machista, e permeia o conceito de que um homem precisa ser “Macho”. E parte da masculiade frágil do “macho” é que o homem precisa constantemente estar desejando sexo. Mesmo quando se extende para homens homossexuais, ainda é culturalmente esperado que “homem sempre pense em sexo”. E daí vem algo que constantemente afetava meu sono/sanidade; Apesar de me identificar como homem não homosexual, nunca consegui me identificar como heterosexual. Não me colocarei no mesmo level de dificuldades de vida dos homossexuais ou bissexuais, mas sempre foi algo que atormentou minha mente. E me trás consequências até hoje.
Pela maior parte de minha vida, para poder me encaixar na sociedade, mentia a outros (e a mim mesmo) sobre relacionamento. Buscando falar o que os outros queriam ouvir, enquanto tentava converser-me de que aquilo que falava devia ser a verdade que buscava. Ainda mais que, sempre, tive curiosidades a cerca de sexo. Curiosidade de alguém que está fora desse mundo e gostaria de saber mais sobre. Por simples e pura curiosidade. Algo que dificultava meu entendimento sobre minhas escolhas de relacionamento e sexualidade. Estou muito próximo de meus 30 anos, e apenas nos últimos anos aceitei o conceito de Assexualidade, e aceitei que me enquadro nesse espectro (sim, acredito que sexualidade é um espectro, não um valor definido. E muito menos binário). E devo dizer que foi algo muito reconfortante.
Reconfortante porque pude aceitar minha curiosidade sobre sexo no mesmo nível da minha curiosidade sobre culinária, ou música: Quais os fatores (sociais e biológicos) que levam um ser humano a preferir X em vez de Y. Este ponto ainda tem um imenso impacto em minhas relações romântica, porque envolve expectativas e desejos. Algo muito importante. Mas, agora, pelo menos, me dá total ciência do que se deve ser debatido, como deve ser debatido, porque se deve ser debatido, e com quem debater.
Aos que se perguntam do porque esse textão: Hoje, mais do que nunca, acredito que temos (como sociedade) nos abrir para debater temas sociológicos e de saúde mental. E sexualidade é parte disso. E, uma parte muito importante na formação de identidade de um ser. E sexualidade, por conta de religião e conservadorismo, é algo que é agressivamente escondido, e evitado. Entretanto, tem um papel importante na vida do ser humano, uma vez que define as relações interpessoais. E entendimento da categorização de relacionamentos.
E, com isso, termino meu relato. Beijos, e até uma próxima.
15 Abr 2018
Sala de exposições, em Pamplona
Eu fiquei em Pamplona hoje, o dia todo. E acredito que foi uma boa ideia.
Aproveitei a parada para lavar um conjunto de roupas, inclusive minha capa de chuva. Foi minha primeira vez usando um serviço “self service” de lavanderia. É algo interessante. Por tabela, tive um tempo para folhear uma revista de figuras famosas da Espanha (nada muito diferente do comum).
Outra oportunidade que tive foi entender o sistema de envio de cartas da Espanha. Decidi ir atrás de selos para poder enviar postais que tenho comigo, e descobri que há 3 tipos de selos: Um para envio nacional, um para envio dentro da União Européia, e um para envio internacional, for da UE. Cada um com seu preço, e estilo. No fim, com um pouco de ajuda, consegui comprar o correto.
Selo para fora da UE, e para o UK
Fico feliz de ser capaz de entender Castelhano quase perfeitamente, mesmo sem ser capaz de formular uma sentença, atualmente. Estou usando meu espanhol o máximo que posso, na tentativa de, um dia, ser capaz de formular uma frase completa sem colocar um inglês, ou português no meio. No momento, já consigo não morrer de fome! Sei pedir um café, suco de laranja, sanduíche, e água!
Hoje, foi celebrado o dia em homenagem ao idioma vasco: Euskera. Até o momento, todo o trajeto foi feito dentro do país vasco, e, tal qual Catalunha, é possível ver a bandeira vasca nas ruas, e em prédios (ao lado da bandeira Espanhola, em alguns casos).
Murros de Pamplona
Nota do editor: Até o momento, todos os sanduíches de “queijo e presunto” que eu pedi foram servidos com queijo artesanal, e presunto ibérico! Não estou tendo do que reclamar
02 Abr 2018
Uma bela vista na entrada do vilarejo
Ontem, eu jantei em uma mesa junto com outros 4 falantes da língua francesa, e foi um jantar proveitoso! Eles passaram a maior parte do tempo falando Francês, uma vez que não havia motivo de mudar o idioma por minha causa, ainda mais que a maioria deles não falam inglês.
Mas, foi um jantar muito bom; Comida deliciosa: Uma leve sopa de entrada, uma carne preparada com molho de tomate fresco, e um pudim de sobremesa.
Era meu plano pedir por um café após a janta, uma vez que é meu costume, mesmo sendo tarde, e tendo de acordar cedo no dia seguinte. Nunca tive problemas em dormir após um espresso, e, em muitas situações, isso acabou me fazendo até dormir melhor.
Mas, não quis ser o estranho na mesa. Ainda mais que me foi oferecido um “bonne nuit infusion”, trazido na mala por um dos peregrinos à mesa. Me pareceu uma boa ideia me juntar aos Franceses nessa ocasião.
Você pode estar se questionando porque eu estou falando do jantar de ontem no diário de hoje. Para resolver seus questionamentos: Eu decidi começar com essa descrição porque hoje foi um dia de caminhada BEM leve.
Como eu comentei no último post, o esforço para fazer a extensão da caminhada de ontem até Larrasoaña fez com que eu chegasse cedo em Pamplona, apesar de, como sempre, ter saído tarde.
Desta vez, eu comecei no que seria metade do trajeto para a maioria das pessoas. Então, eu encontrei muitas pessoas pelo caminho. MUITAS PESSOAS. Isso me deixou feliz com a ideia de sair tarde dos hotéis. Mas, ter boa parte do dia à minha frente me mostrou os prazeres de longas paradas ao longo do trajeto.
Companheiro de viagem
De volta à descrição do trajeto de hoje: Foi uma fácil caminhada feita, na maior parte do dia, seguindo um belo rio, sendo um gracioso prazer ouvir o fluxo do rio, e o cantos dos pássaros. Entretanto, o final do trajeto é feito inteiramente por três cidades: Trinidade de Arre, Burlada, e Pamplona. Sendo, estas, tão próximas que a fronteira entre elas é imperceptível.
Prédio da Intia, em Villava
Algumas horas caminhando em meio à civilização, em calçadas e ruas, com carros, ônibus e vida rotineira acontecendo a sua volta. A arquitetura e cores das cidades são belas, mas, preciso o cenário natural.
Por sinal, em Trinidade de Arre, eu vi uma garota carregando uma mala ENORME, com selfie stick, e tocando uma música no celular. Quando me aproximei, eu tive a impressão de que conhecia a música (algo que foi confirmado em alguns minutos, quando passei pela pessoa). Skank! Algo que bateu na nostalgia. Ao reparar mais na mochila, pude ver a bandeira do Brasil, e a bandeira da cidade de Tiradentes.
Entrada de Pamplona
Logo na entrada de Pamplona eu decidi ficar um dia mais na cidade. Afinal, é uma grande cidade, com tradição, e muitos lugares para ver. Dois dos maiores eventos da cidade são Carnaval, e corrida dos touros; Não sou fã do primeiro, e sou contra o segundo, então eu acredito que não terei tantos motivos para retornar à cidade.
Portanto, acredito que será legal passar mais um dia aqui, me dando tempo para, calmamente, caminhar pela cidade, e ver mais coisas. Além de mais tempo para lavar roupas, comprar selos, e, finalmente, enviar alguns postais que tenho carregado comigo já faz um tempo.
Nota do editor: Hoje, eu desinstalei uma boa quantidade de apps do meu celular, para evitar ficar abrindo eles para ver novidades, e resistir à tentação de ficar postando fotos!
Parque na entrada de Pamplona